Dietrich Bonhoeffer

Nascido em Breslau no dia 4 de fevereiro de 1906, Dietrich Bonhoeffer era filho de um psiquiatra de classe média alta. Desde jovem, ele decidiu seguir a carreira pastoral na Igreja Luterana. Ele se formou em teologia na Universidade de Berlim e passou um ano estudando no Union Theological Seminary em Nova York. Bonhoeffer voltou para a Alemanha em 1931.

Ele foi um dos líderes e signatários da Declaração de Bremen em 1934. Nesse evento, vários pastores luteranos e reformados se uniram para formar a Igreja Confessante, que se opôs ao nazismo. Eles afirmaram que "Jesus Cristo, e não homem algum ou o Estado, é o nosso único Salvador". Essa posição desafiadora levou o movimento a ser considerado ilegal.

Em abril de 1943, Bonhoeffer foi preso por ajudar judeus a escaparem para a Suíça. Ele foi transferido de uma prisão para outra e, em 9 de abril de 1945, foi enforcado. Isso aconteceu apenas três semanas antes de as tropas aliadas libertarem o campo. Ele foi executado junto com seu irmão Klaus e seus cunhados Hans von Dohnanyi e Rüdiger Schleicher.

A obra mais conhecida de Bonhoeffer, escrita durante a ascensão do nazismo, é "Discipulado" (Nachfolge). Nesse livro, ele discute a teologia da graça, que é fundamental na obra de Lutero. Bonhoeffer critica a ideia de "justificação pela graça sem obras da lei". Ele afirma que a graça barata é uma inimiga mortal da Igreja.

Ele fala sobre a luta pela graça preciosa, que é um tesouro oculto. Essa graça faz com que o homem venda tudo o que tem por amor a ela. Bonhoeffer menciona o chamado de Jesus Cristo, que leva o discípulo a deixar suas redes e segui-lo. Essas ideias mostram o profundo "fazer teológico poético" que caracteriza sua obra.

Durante a perseguição nazista, Bonhoeffer escreveu um tratado que muitos consideram uma das maiores obras do protestantismo, chamado simplesmente de "Ética". Nesse livro, ele justifica seu envolvimento na resistência contra o nazismo e sua luta contra Adolf Hitler. Ele afirma que "é melhor fazer um mal do que ser mau".

As cartas que ele escreveu enquanto estava preso são um exemplo de martírio. Elas também são um importante tesouro para a Teologia Cristã do século XX.