Michael Moorcock

Michael John Moorcock, nascido em 18 de dezembro de 1939, em Londres, é um escritor britânico muito ativo. Ele se destaca principalmente na ficção científica e na fantasia, mas também escreveu diversos romances literários.

As obras mais conhecidas de Moorcock são os livros sobre Elric, que apresenta a figura de Elric de Melniboné. Nesses romances, Elric é um anti-herói, criado como uma resposta aos clichês comuns nos romances de aventura e fantasia, especialmente os inspirados por J.R.R. Tolkien. Ele também é uma antítese do famoso Conan, de Robert E. Howard. Moorcock escreveu várias homenagens a autores que admirava na juventude, como Edgar Rice Burroughs e Leigh Brackett. Suas histórias de fantasia frequentemente incluem elementos de sátira e paródia, mas ainda assim honram os fundamentos do gênero.

Embora suas obras mais conhecidas sejam os romances de Elric nos Estados Unidos, no Reino Unido, ele ganhou destaque como um autor literário. Livros como Eis o Homem e The Final Programme foram bem recebidos como trabalhos inovadores. Romances como The Cornelius Quartet, Mother London, King of the City e The Pyat Quartet o tornaram famoso entre críticos de publicações respeitáveis, sendo considerado um dos grandes romancistas contemporâneos.

Moorcock começou a trabalhar como editor de As Aventuras de Tarzan em 1956, quando tinha apenas dezesseis anos. Mais tarde, ele editou a Sexton Blake Library. Como editor da revista de ficção científica New Worlds, de 1964 a 1971 e depois de 1976 a 1996, ele ajudou a desenvolver a Nova Onda no Reino Unido e, indiretamente, nos Estados Unidos. A publicação do livro Bug Jack Barron, de Norman Spinrad, gerou controvérsia, levando a críticas no Parlamento britânico sobre o financiamento da revista.

Durante esse tempo, ele também escreveu sob o nome de James Colvin, um pseudônimo usado por outros críticos na New Worlds. Um obituário satírico de Colvin apareceu na revista, escrito sob o pseudônimo de William Barclay, que também era de Moorcock. Ele frequentemente usava as iniciais "JC", que coincidem com as de Jesus Cristo, tema central de seu romance Eis o Homem, que narra a história de Karl Glogauer, um viajante no tempo que assume o papel de Cristo.

Nos últimos anos, Moorcock começou a usar o nome Warwick Colvin, Jr. como mais um pseudônimo, especialmente em sua série Second Ether. Em seu romance experimental Breakfast in the Ruins, ele descreve a ficção como um texto encontrado após a morte do autor, uma ideia que alguns leitores levaram a sério.

Seu trabalho é frequentemente elogiado por sua complexidade e profundidade. O conceito de um "Campeão Eterno", que possui várias identidades em diferentes realidades e universos, é central em muitos de seus romances de fantasia. Essa cosmologia é chamada de Multiverso. O "Campeão Eterno" luta não apenas com as ideias de Bem e Mal, mas também pela harmonia entre Lei e Caos.

Como mencionado, as obras mais conhecidas de Moorcock nos Estados Unidos são os romances de Elric. Ele criou as primeiras histórias de Elric como uma resposta aos clichês dos romances de aventura e fantasia. A popularidade de Elric ofuscou muitos de seus outros trabalhos, como os romances Hawkmoon e Corum. A sequência do Campeão Eterno foi publicada em duas coletâneas, totalizando quinze livros, com várias edições pela Victor Gollancz no Reino Unido e pela White Wolf Publishing nos Estados Unidos. Em 2003, a Universal adquiriu os direitos da série Elric para uma futura produção.

Outra criação famosa de Moorcock é Jerry Cornelius, um agente secreto com sexualidade ambígua. Os livros de Cornelius apresentam personagens recorrentes e servem como uma sátira dos tempos modernos, incluindo a Guerra do Vietnã. O primeiro livro, The Final Programme (1968), foi adaptado para o cinema. O quarto livro, The Condition of Muzak, ganhou o Guardian Fiction Award em 1977. A partir de 1998, Moorcock voltou a escrever sobre Cornelius em novas histórias, que foram incluídas na edição de 2003 de The Lives and Times of Jerry Cornelius. O conto mais recente de Cornelius foi publicado na revista Nature em maio de 2006, intitulado The Visible Men.

Nos primeiros anos, a maioria dos trabalhos de Moorcock consistia em contos e romances curtos. Ele mencionou que conseguia escrever 15.000 palavras em um dia e se dava um prazo de três dias para cada volume. A partir dos anos 80, ele começou a escrever obras mais longas e literárias, como Mother London e Byzantium Endures, que receberam críticas positivas. No entanto, ele continuou a revisitar personagens de seus primeiros trabalhos, como Elric, em livros como The Dreamthief's Daughter e The Skrayling Tree. Com a publicação do último livro da série, The White Wolf's Son, Moorcock anunciou que se aposentaria da escrita de ficção e fantasia heróica, mas continuou a criar histórias em quadrinhos sobre Elric com seu colaborador Walter Simonson. Ele também completou a série Colonel Pyat, que aborda o Holocausto Nazista.

Embora Moorcock seja mais conhecido por suas obras mencionadas, ele também escreveu romances e contos ambientados na Terra, milhões de anos no futuro. O mais famoso entre eles é The Dancers at the End of Time. Seu livro premiado Gloriana, or The Unfulfilled Queen se passa em uma história alternativa da Terra, mas não é totalmente um romance de ficção.

Moorcock está aberto a revisar seu trabalho publicado, devido às mudanças significativas que diferentes edições podem causar. Essas alterações podem variar de simples mudanças de título a alterações nos nomes das personagens e até reestruturações completas de texto.