René Girard

René Girard é reconhecido por suas teorias que apontam o mimetismo como a raiz da violência humana, influenciando a estruturação e reestruturação das sociedades e dando origem ao sentimento religioso primitivo. Ele se descreve como um antropólogo focado em violência e simbolismo religioso. Alguns o comparam ao "Darwin das ciências humanas".

Através de seus estudos em antropologia, Girard desenvolveu uma das suas principais contribuições: o conceito do mecanismo da vítima expiatória. Ele argumenta que esse mecanismo é fundamental para a formação de qualquer comunidade humana e ordem cultural. Quando o objeto de desejo se torna disputado, os desejos conflitantes geram rivalidade mimética, resultando em violência. Nas sociedades primitivas, essa violência se concentra em uma vítima arbitrária cuja eliminação traz reconciliação ao grupo. Para Girard, essa vítima é considerada sagrada e representa a origem do sentimento religioso, dos sacrifícios rituais, dos mitos e dos tabus.

A obra de Girard desafia abertamente as teorias de Sigmund Freud no que diz respeito ao desejo, de Claude Lévi-Strauss na interpretação dos mitos e de Karl Marx em relação ao determinismo econômico. Suas ideias oferecem uma nova perspectiva sobre a natureza humana e as dinâmicas sociais, explorando a relação entre violência, desejo e religião.