Roland Barthes

Roland Barthes foi uma figura multifacetada. Ele atuou como intelectual, escritor, professor e até pintor amador. Sua trajetória envolveu a transição entre várias correntes de pensamento, além de contribuir para a criação delas. Ele explorou desde a crítica ideológica com influência marxista até a semiologia rigorosa. Barthes também se dedicou à teoria do texto e ao estudo da fotografia. Seus interesses eram variados, abrangendo desde os romances de Balzac até tecidos de organza, passando por sabão em pó e haicais. Sua obra teve um impacto significativo na filosofia, antropologia, estudos literários, linguística, teoria da comunicação e nas artes visuais e performáticas.

Barthes se formou em Letras Clássicas em 1939 e em Gramática e Filosofia em 1943 na Universidade de Paris. Ele fez parte da escola estruturalista, sendo influenciado pelo linguista Ferdinand de Saussure. Ele criticou os conceitos teóricos complexos que circulavam nas instituições educacionais francesas durante os anos 50. Entre 1952 e 1959, Barthes trabalhou no Centre national de la recherche scientifique (CNRS).

Ele aplicou a análise semiótica em revistas e propagandas, ressaltando seu conteúdo político. Barthes dividiu o processo de significação em dois momentos: denotativo e conotativo. O primeiro se referia à percepção simples e superficial, enquanto o segundo incluía as mitologias. Ele chamava de mitologias os sistemas de códigos que nos são passados e que adotamos como padrões. Segundo Barthes, esses conjuntos ideológicos muitas vezes eram absorvidos sem que percebêssemos, o que tornava possível o uso de meios de comunicação para a persuasão.

Ele foi diretor de estudos na Escola de Altos Estudos e Ciências Sociais e professor no Collège de France. Barthes é considerado um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento do pós-estruturalismo e da semiologia linguística e fotográfica na França.