Em "Imagens da branquitude: A presença da ausência", Lilia Moritz Schwarcz investiga o fenômeno social e cultural da branquitude por meio de suas manifestações simbólicas e iconográficas. O livro propõe uma reflexão profunda sobre a forma como as imagens moldam a nossa percepção e como essas representações estão carregadas de significados que refletem práticas racistas enraizadas na cultura.
A autora afirma que "ninguém lê livremente e sem as lentes e códigos da sua cultura". Essa afirmação destaca a importância de compreender que as imagens não são neutras; elas são influenciadas por esquemas visuais e interpretativos que foram transmitidos ao longo do tempo. Através de uma análise rigorosa, Schwarcz examina uma iconografia variada que abrange desde o século XVI até os dias atuais, incluindo mapas, monumentos públicos, fotografias e publicidade.
O livro não se limita a uma análise iconográfica superficial. Em vez disso, oferece uma narrativa histórica que explora como a branquitude se manifestou simbolicamente ao longo do tempo, contribuindo para a construção de hierarquias e estruturas de subordinação. A presença significativa, mas racialmente ausente, dos brancos nas representações visuais é um dos pontos centrais da obra, que nos convida a reconsiderar essas imagens sob uma nova perspectiva.
Schwarcz propõe um exercício de "desnaturalização" das concepções racistas que permeiam essas representações. O objetivo é revelar como essas práticas perpetuam a ideia de que a branquitude é o normal ou o dominante, enquanto outras identidades são frequentemente marginalizadas. Ao examinar essas imagens, o leitor é instigado a repensar a história e a cultura brasileira à luz das desigualdades raciais.
O livro também reflete sobre o que a autora chama de "superpoder da branquitude": a capacidade de ser ao mesmo tempo invisível e onipresente. Essa dualidade é explorada nas teias de privilégios que constituem a sociedade brasileira, marcada por um racismo que se manifesta pela negação. Schwarcz apresenta um antídoto poderoso para essa invisibilidade, propondo que se leia e interprete esses rastros em imagens que compõem nossa história e imaginário.
Por meio de uma narrativa envolvente e bem fundamentada, "Imagens da branquitude" se torna uma obra essencial para aqueles que buscam compreender as dinâmicas de poder e representação em uma sociedade marcada por profundas desigualdades. A leitura deste livro é um convite a olhar para a produção imagética com um novo olhar, percebendo as camadas ocultas de significado que muitas vezes passam despercebidas.
Lilia Moritz Schwarcz, com sua habilidade de entrelaçar teoria e prática, oferece uma contribuição significativa ao debate sobre raça e identidade no Brasil. Ao final, o leitor é levado a enxergar um país que ainda precisa se confrontar com sua própria imagem e história, um exercício que este livro provoca de maneira brilhante.
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Data de publicação | 20 de agosto de 2024 |
Edição | 1ª |
Editora | Companhia das Letras |
Formato | Capa comum |
Idioma | Português |
ISBN 10 | 8535937854 |
ISBN 13 | 9788535937855 |
Páginas | 432 |
Qtd. palavras (estimado) | 108.000 |
Tempo de leitura | 14 horas e 24 minutos |